Texto aprovado pela Câmara ainda não foi sancionado pelo município.
Comerciantes reclamam do alto custo para a compra dos equipamento
A ideia veio depois que o vereador Diogo Reis da Costa (PROS) que tem deficiência motora, sofreu para fazer compras em um supermercado da cidade. No projeto, aprovado em segunda votação, os supermercados, e centros comerciais com até 800m² ficam obrigados a terem uma cadeira de rodas simples com cesta para os clientes com deficiência colocarem as compras.
Estabelecimentos maiores terão que ter uma cadeira de rodas motorizada, e se o local tiver mais de 4 mil m², terão de disponibilizar três cadeiras motorizadas.Para o autor da lei, isso vai facilitar a vida de quem tem necessidades especiais e que precisa seguir com a rotina do dia a dia.
“Esse projeto não é só para pessoas com deficiência permanente, mas também temporárias, como aqueles que sofreram acidentes e estão se recuperando”, detalhou o vereador.Um supermercado em Poá já tem uma cadeira de rodas pra quem precisar. “Já temos uma cadeira à disposição. Não negamos esse tipo de serviço” disse o gerente Daniel Simão.
Os clientes que não dependem dessas cadeiras, também gostaram da iniciativa.“Ás vezes eu posso precisar”, disse o aposentado Osvaldo Santos. “Tudo o que um deficiente quer, é ser independente”, comentou o operador de logística, Mário Lúcio Barbosa.
O Estatuto da Pessoa com Deficiência, em vigor há um ano diz que "as construções públicas e privadas de uso coletivo que já existem, devem garantir a acessibilidade da pessoa com deficiência em todas as suas dependências e serviços".
Na Prefeitura de Poá tem uma rampa de entrada, mas o dispositivo só atende até metade do caminho. Quem precisa entrar no prédio, tem que passar por um degrau. A mesma dificuldade é encontrada em outro portão da Prefeitura. O acesso é exclusivo para funcionários. Há uma vaga de estacionamento destinado a deficientes, mas a guia não é rebaixada.
E mesmo sem o exemplo do poder público, a Associação Comercial de Poá não discorda da nova lei. Quer apenas debater mais os valores os gastos com as cadeiras. “Na atual situação de um mercado recessivo com problemas para compra, temos que ver a questão de custo”, disse o presidente Francisco Quintino.
O custo de cadeiras de rodas não é baixo. Em uma loja de Suzano, especializada nesse tipo de equipamento, as cadeiras motorizadas ficam expostas somente no catálogo. É que por conta do alto valor, a dona explica que não compensa ficar com elas no estoque. “ Uma cadeira motorizada custa R$ 9,5 mil, no mínimo” disse Rosemeire de Oliveira Barione, dona da loja.
A prefeitura de Poá informou que ainda avalia o projeto para verificar se o texto será ou não sancionado. Com relação a acessibilidade, a administração municipal afirmou que há rampas no prédio e que as secretarias de Planejamento e Obras estudam maior acessibilidade ao cadeirante.
Do G1
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