sexta-feira, 17 de julho de 2015

Eduardo Cunha é acusado de receber 5 milhões em propina


O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou na manhã desta sexta-feira (17) o rompimento definitivo com o governo da presidente Dilma Rousseff.
— Eu, formalmente, a partir de hoje estou rompido com o governo. Saibam que o presidente da Câmara a partir de hoje está rompido com o governo.
O anúncio acontece um dia após a divulgação da delação de Júlio Camargo em que o lobista afirma ter sido pressionado por Cunha para fazer um pagamento de US$ 5 milhões ao deputado.
Júlio Camargo está preso em Curitiba (PR), onde presta depoimentos a investigadores da Operação Lava Jato. Cunha, porém, chamou a responsabilidade de rompimento com o governo para si e isentou o PMDB, principal partido da base aliada.
— Eu vou, como político, como deputado do PMDB, e não como presidente da Câmara romper com o governo. Eu vou pregar no congresso do PMDB em setembro que o PMDB rompa com o governo.
Ainda sobre Julio Camargo, delator que o citou, Cunha disparou: "Você acha que eu vou acreditar num pilantra que fala quatro vezes uma coisa e depois na quinta fala outra coisa?". Em seguida, chamou o delator de "bandido, réu confesso e lobista" e avisou que não vai pautar a vida politica dele baseada em depoimentos de bandidos.
— Eu vou tentar que meu partido vá para a oposição.
O presidente da Câmara também atacou o juiz Sérgio Moro, que conduz os desdobramentos da Lava Jato na Justiça Federal de Curitiba (PR): "Sérgio Moro atuou ontem com aquilo que ele não tinha competência para atuar".
Após a divulgação da delação de Camargo, Cunha se encontrou com o vice-presidente da República e presidente do PMDB, Michel Temer, para tratar do assunto. O presidente da Câmara afirmou hoje que já anunciou sua decisão ao vice-presidente.
— Ele respeita a minha posição. Eu não tenho rompimento com o presidente Temer.
Cunha disse que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, juntamente com o governo está orquestrando essa operação para tentar enfraquecê-lo.
Na quinta-feira (16), durante um café da manhã com jornalistas, Cunha defendeu o fim da aliança entre PMDB e o PT, mas poupou críticas à Dilma.
No mesmo encontro, o parlamentar revelou que o rompimento poderia acontecer antes de 2018, quando o PMDB lançará candidato próprio à Presidência da República. Cunha já é investigado pelo MPF (Ministério Público Federal) por envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras, identificado na Lava Jato.
O vazamento da delação de Camargo aconteceu na véspera do pronunciamento de Cunha na cadeia nacional de rádio e TV, programado para esta sexta às 20h25. O presidente da Câmara apresentará um balanço do primeiro semestre à frente da Casa.

Do R7
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